Transporte internacional de cargas: como funciona? Vale o investimento?

O alcance do transporte de mercadorias está cada vez mais amplo, superando as fronteiras e atuando em diferentes modais para conectar empreendedores e consumidores em qualquer situação imaginável, fazendo a ponte entre um país e outro.

Na realidade, o transporte internacional de cargas é uma atividade muito frequente, principalmente se observarmos as interações que ocorrem entre os países do Mercosul. Os acordos firmados entre os membros e associados garantem condições promissoras, sob medida para superar os desafios dessa operação.

De modo geral, o mais usual ainda é o transporte terrestre, identificado pelo acrônimo TRIC, que significa Transporte Rodoviário de Cargas Internacionais e segue a regulamentação da ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Ainda assim, é válido destacar que o transporte internacional de cargas para o Mercosul, assim como outras nações, também pode contar com outros modais, incluindo transporte aéreo, marítimo, fluvial e ferroviário.

O transporte aéreo é ágil e é uma alternativa interessante quando há capital para investir no modal e existe a necessidade de assegurar a integridade da mercadoria despachada, considerando as condições aplicadas.

Por outro lado, o transporte marítimo apresenta um baixo custo geral, mas tem limitações de agilidade e condicionamento da carga, sendo mais utilizado para comercializar grandes quantidades, entre regiões mais distantes entre si.

Para curtas e médias distâncias, o transporte internacional costuma optar pelos modais rodoviários, ferroviários ou fluviais, no entanto, o frete rodoviário segue uma malha mais unificada, evitando operações de transbordo e facilitando o planejamento logístico como um todo.

Vejamos então um pouco mais sobre o chamado TRIC e como essa modalidade de transporte internacional pode ser conduzida com máxima qualidade e eficiência. Boa leitura!

O que é o transporte internacional rodoviário?

Em primeiro lugar, destaca-se que o transporte internacional é aquele que cruza fronteiras e possui licença para realizar a interação entre ambos os países envolvidos na operação. 

Da mesma forma, se o planejamento de rotas envolve outras nações, no caso de fretes mais longos, é preciso estar em dia também com a regulamentação para percorrer este trecho em específico. 

Nesse quesito, o modelo de transporte internacional rodoviário no Mercosul é o mais interessante para empresas nacionais, considerando a posição estratégica do Brasil no continente. Atualmente, temos acordos firmados para o modal rodoviário e ferroviário com os seguintes países vizinhos:

• Argentina;
• Bolívia;
• Chile;
• Peru;
• Paraguai;
• Uruguai.

Com a Venezuela, temos acordos apenas para o transporte rodoviário, similar ao que é negociado com a Guiana.

Para iniciar suas atividades no transporte rodoviário internacional de cargas, é necessário obter a Licença Originária, ou seja, outorgada no país de origem da empresa transportadora. 

No Brasil, ela é estipulada em conformidade com acordos internacionais e formalizada pela Resolução n° 1474/06 da ANTT.

Como obter as licenças para transporte rodoviário no Mercosul?

Não se permite que pessoas físicas apliquem para a solicitação da Licença Originária, apenas pessoas jurídicas, como empresas e cooperativas de transporte. Além disso, ela precisará cumprir os seguintes requisitos previstos em lei:

• A empresa deve ser regularizada nos termos da legislação nacional vigente;
• A sua frota precisa apresentar uma capacidade dinâmica de transporte de, no mínimo, 80 toneladas. Para chegar a esse valor base, a gestão de frotas deve considerar caminhões simples, reboques, cavalo trator, semirreboque e outros tipos de veículos pesados;
• É necessário ter uma infraestrutura completa, com escritórios e recursos comunicacionais adequados.

Caso a empresa cumpra com todos esses requisitos, ela poderá apresentar a documentação para obter a licença originária. Para isso, é necessário ter cadastro válido no Registro Nacional de Transportes Rodoviários de Carga, organizado também pela ANTT.

Para tal, ela precisa preencher o requerimento e anexar comprovantes de pagamentos dos seus equipamentos, contrato ou estatuto social, quadro de frota e o CRLV dos veículos que compõem a frota.

Por fim, com a Licença Originária a empresa transportadora internacional precisa solicitar a Licença Complementar junto aos países de destino e/ou trânsito. Só depois disso ele poderá iniciar suas atividades.

Você pode tirar todas suas dúvidas sobre o TRIC na página da ANTT que dispõe sobre a modalidade de transporte internacional.

Vale a pena investir no Transporte Internacional de Cargas?

O transporte internacional, sobretudo no modal rodoviário, é muito interessante e pode garantir bons retornos para empresas que investem no setor, mas é necessário tomar muito cuidado com a gestão logística e o planejamento da atividade.

Basta imaginar o que aconteceria em um evento de roubo de carga, acidente ou falha mecânica em um dos veículos da frota em trânsito em outro país. Além de um seguro veicular, que dá mais segurança e previne prejuízos, a operação deve ser robusta e com ávida resposta.

Considerando o valor investido e o alto custo dos componentes dessa operação, também é recomendado trabalhar com soluções modernas para o rastreamento e monitoramento de frota.

Atuar de maneira preventiva e assertiva nesses campos eleva a segurança, credibilidade e eficiência do transporte internacional de mercadorias. O mesmo vale para a condução da manutenção dos caminhões e veículos da frota.

Por fim, é importante analisar as oportunidades e trabalhar a precisão da sua atividade. Não só escolhendo os negócios mais rentáveis, como as operações de transporte e os tipos de carga que irá transportar internacionalmente.

Apesar de parecer muito trabalho, só é preciso entender que ele é para poucos. Estes devem ter capacidade de arcar com o investimento e superar os desafios, aproveitando o retorno quando o planejamento for colocado em prática.

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